Example Example Example Example Example Example Example O presidente Ikeda observa: "É absolutamente impossível que alguém com uma conduta séria e sincera na fé não consiga ser feliz e prosperar ou que seu ambiente não consiga ser revitalizado. Este é o princípio universal do budismo. O coração é o que transforma tudo. Esta é a natureza prodigiosa da vida. É uma verdade irrefutável". Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo....


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8 de agosto de 2008

A revolução diária de Betty Faria

A atriz Betty Faria, 59, entrou em contato com o budismo em meio a uma crise existencial e profissional no início da década de 90. Superada a crise, a atriz tornou-se uma praticante diária do budismo de linha Nichiren Daishonin, que se baseia na recitação repetida do mantra nam-myoho-rengue- kyo, base do Sutra de Lótus, um dos ensinamentos do Shakyamuni, o fundador histórico desta religião - que muitos preferem chamar de filosofia de vida.
por DÉBORA F. LERRER

Para Betty, o budismo é uma revolução diária. Todos os dias ela procura analisar seus erros, defeitos, investigar as 'causas' que ela provoca. Em suma, ela busca constantemente seu aperfeiçoamento pessoal - e é justamente esse, segundo o budismo, o caminho para a iluminação. Mãe de Alexandra e de João Daniel, Betty está casada há três anos com Franklin Thompson, 25. A atriz organiza a produção de três novos projetos para o ano que vem: uma co-produção com Bruno Barreto, outra com Carlos Reichenbach, para o cinema, e a encenação da peça A Mãe, de Brecht (cujos direitos ela acaba de comprar), que pretende levar aos palcos junto com o amigo Domingos de Oliveira. Nesta entrevista exclusiva para a Planeta na Web, Betty conta o que a atraiu no budismo e como essa prática religiosa mudou suas concepções de vida.

Planeta na Web - O que te atraiu no budismo?

Betty Faria - Foi a filosofia de vida, que é a lei da causalidade. Nós fazemos causas com pensamentos, palavras e ações. Essa filosofia faz com que não culpemos os outros pelo que nos acontece. Você tem que assumir as suas coisas. Não tem ninguém te proibindo de nada, nada é imposto. É só a sua consciência, o seu estado de vida. Isso me agrada muito. Mas também é muito difícil porque você se sente obrigado. Quanto mais você pratica, mais vê o que tem que modificar. É preciso fazer uma revolução diária dos seus defeitos, dos seus erros, das causas que você provoca. É uma filosofia de vida muito bonita.

PnW - Qual é o tipo de budismo que você pratica?

Betty - Eu sigo o budismo do Sutra de Lótus. A gente repete nam-myoho-rengue- kyo, nam-myoho-rengue- kyo, que é o mantra básico. Nós praticantes tentamos fazer isso uma hora por dia, ou seja, 30 minutos de manhã, 30 minutos à noite, ou 20, 15 minutos. O importante é tentar. É difícil. É uma prática que exige muita disciplina, estudo e conhecimento.

PnW - Como você entrou em contato com o budismo? Quem é que te levou até ele?

Betty - Eu conheci o budismo em Los Angeles, através de uma fotógrafa norte-americana. Mas, na época, há uns dez anos, eu estava em outras buscas espirituais no Brasil e não me liguei tanto. Eu realmente entrei no budismo durante uma grande crise existencial e profissional que tive de 91 para 92. Sou praticante há oito anos. É uma prática individual, mas eu também freqüento palestras e reuniões para trocar e ler os escritos. Eu pertenço à Soka Gakkai Internacional, que é dirigida pelo Daisaku Ikeda, que faz um trabalho maravilhoso, levando o budismo para muitos países.

PnW - Você sente influência do budismo na maneira como vive hoje em dia?

Betty - Estou totalmente diferente. Eu sempre fui muito impulsiva, muito temperamental. A pessoa impulsiva muitas vezes não age com sabedoria. Hoje eu sou uma pessoa melhor, porque na medida em que você vai tentando fazer uma revolução diária, vai vendo onde você erra e vai tentando se melhorar. A partir do momento em que você se melhora, vai tendo mais boa sorte.

PnW - Em outra oportunidade, você declarou que quem pratica nam-myoho-rengue- kyo tem mais sorte. Como assim?
Betty - Praticando nam-myoho-rengue- kyo diariamente, você se funde com a energia vital do universo. Às vezes você vai para um lugar e fica cansada, pois existem pessoas que levam a tua energia. Mas com o nam-myoho-rengue- kyo você recupera a sua energia vital e se funde com o universo. Essa prática queima o carma ruim mais rápido e, por isso, você tem mais boa sorte. A partir do momento que você está praticando, está elevando seu estado de vida.

PnW - Antes de achar o budismo, quais foram os caminhos explorados por você na sua busca espiritual?

Betty - Eu sou de formação católica, mas procurei na umbanda, fui do candomblé, em suma, procurei as religiões brasileiras. Mas nada disso batia em mim como filosofia de vida até que eu encontrei o budismo.

PnW - Você sente reflexos do budismo na sua profissão?

Betty - Eu acho que sim. Quando você está bem, tudo fica melhor. Melhorou meu trato, a minha convivência com as pessoas quando eu trabalho.

PnW - Como o budismo pode mudar a vida de uma pessoa?

Betty - Ele muda devagar, com muita disciplina, muita prática. Não é como dar um dinheiro para alguém fazer um trabalho de magia. Tudo é dentro de você. As pessoas falam em Deus, a gente, de Estado de Buda. Você vai buscar o Buda lá fora, lá no céu, quer encontrar Deus, mas que Deus? É Buda, e é dentro você. Nós procuramos a iluminação que é o Estado de Buda.

PnW - O que é iluminação para o budista?

Betty - Iluminação é você procurar se melhorar, e é dificílimo. É um estado elevadíssimo. Eu espero conseguir esse estado antes de ir embora desse planeta, para poder voltar melhor.

PnW - O seus filhos e seu marido acompanham você no budismo?

Betty - Ah, claro. Eles gostam. Pelo menos o nam-myoho-rengue- kyo eles fazem. Cada um faz de seu jeito. A Alexandra faz mais, o João faz de vez em quando, mas todo mundo conhece e gosta. Agora, se tornar praticante é uma opção, uma escolha de vida.

PnW - Muita gente acredita que a tônica deste século será a busca espiritual. Você acredita nisso?

Betty - Eu acredito que é física, não é mais mágica. Se você analisar a filosofia budista que fala da energia vital, de você se fundir com o cosmo, com o universo, você percebe que tem paralelos com a física quântica. Além do mais, eu acho que o planeta não tem mais salvação se não lutar pela paz, pela fraternidade, pela cultura e pela educação para criar novos valores entre os jovens.

PnW - O Brasil é um país muito espiritualizado, mas também é transpassado de injustiças sociais. O que você acha dessa contradição?

Betty - Existem lugares e países em que o nível de sofrimento é muito maior. Se nos compararmos com a África e a Bósnia, veremos que pessoas felizes e pacíficas somos nós. Se cada um fizer a sua modificação diária, eu acho que o Brasil tem salvação.
Planeta na Web

7 de agosto de 2008

Escuridão fundamental: faça a diferença

Recebi por email da amiga Yara, de SP

28 DE JULHO DE 2001 — EDIÇÃO Nº 1613

O presidente Ikeda disse certa ocasião que o crescimento de uma pessoa está relacionado com o fato de realizar tudo com o máximo de sua habilidade. O “máximo de habilidade” significa realizar da melhor forma possível o que é de nossa responsabilidade, o que nos comprometemos a fazer.

O insucesso está, em muitos casos, ligado diretamente à negligência. Podemos, aqui, fazer uma analogia com o dito popular: “limpar a casa e jogar a sujeira debaixo do tapete.” Para as demais pessoas, a casa está limpa, mas a sujeira está lá. Com o tempo começará a exalar um odor fétido. No entanto, a pessoa que “limpou” sabe que a sujeira continua embaixo do tapete. Então, a quem ela está enganando?

Praticar o Budismo de Nitiren Daishonin significa “realizar tudo com o máximo de sua habilidade”, da forma mais perfeita possível. Não para os outros, mas para nós mesmos. Para que nossa vida, em certo momento, não exale um odor desagradável. Se isso ocorrer, a derrota e o sofrimento serão inevitáveis. Isso porque praticamos o budismo da verdadeira causa. Tudo que realizamos está gravado em nossa vida, lá na oitava consciência. Mais cedo ou mais tarde, tudo se manifestará. Quem negligencia esse ponto, não acredita verdadeiramente no Budismo de Nitiren Daishonin.

Numa escritura, consta: “O sábio disse: ‘O coração humano é como a água, que assume a forma de qualquer recipiente que ocupe, e a natureza dos seres é igual ao reflexo da Lua oscilando sobre as ondas.’ Agora o senhor insiste que será firme nesta fé, mas um outro dia, com certeza, vacilará. Mesmo que demônios e espíritos malignos venham a tentá-lo, não deve deixar-se distrair. O Demônio do Sexto Céu odeia a Lei do Buda, e os não-budistas detestam a estrada dos ensinos do Buda. Contudo, o senhor deve ser como a montanha dourada que resplandece ainda mais quando arranhada pelo javali selvagem, como o mar que abarca todos os vários cursos d’água, como o fogo que arde e eleva-se cada vez mais quando a lenha é acrescentada, ou como o inseto gura que se torna cada vez maior quando o vento sopra. Se seguir esses exemplos, como então o resultado poderá deixar de ser bom?” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 5, pág. 104.)

O segundo presidente Jossei Toda dizia que a Soka Gakkai era mais importante que sua própria vida. Esse também é o sentimento de nosso mestre, o presidente Ikeda. Um verdadeiro discípulo é aquele que compreende o coração do mestre e procura seguir seus passos. O presidente Ikeda nunca negligenciou seus afazeres e tampouco transferiu para outros o que era de sua responsabilidade. Pelo contrário, ele assumiu sozinho a responsabilidade pelo desenvolvimento da Soka Gakkai e pela felicidade dos membros e da humanidade. Isso não ocorreu quando ele já era líder da organização, mas desde que se converteu ao Budismo de Nitiren Daishonin. Por ter se comprometido com a causa do Kossen-rufu, hoje praticamos o budismo e a Soka Gakkai existe em 165 países e territórios.

Fazer vista grossa às ações negativas ou empurrar os problemas com a barriga somente para fazer a política da boa-vizinhança não ajuda em nada, muito menos cria valor ou impulsiona o desenvolvimento. Pelo contrário, nessa ação inicia-se o processo de decadência.

Quando fundou a organização, o presidente Makiguti manifestou: “Se não tivesse me convertido à fé no Sutra de Lótus, então, assim como qualquer pessoa honesta e de bem do meu círculo de amigos e conhecidos, eu teria me empenhado o máximo possível para não contrariar os que estão ao meu redor. Fingiria não ver as injustiças que aparecessem à minha frente, seria cauteloso ao expressar o que quisesse dizer, e em geral seguiria o princípio de que seria desvantajoso perder a amizade e aceitação dos outros... No entanto, no final, o que seria de nosso país, de nossa sociedade, se todos aderíssemos a esse princípio aparentemente sábio?” (BSGI — Por uma Sociedade de Paz, pág. 12.)

Atentemos ao ponto que diz “se não tivesse me convertido à fé no Sutra de Lótus” — nós também nos convertemos à fé no Sutra de Lótus, mas será que mudamos de postura? Ou aderimos ao “princípio aparentemente sábio”?

Na série “A Sabedoria do Sutra de Lótus”, o presidente Ikeda dedicou uma extensa parte à questão da “escuridão fundamental”: “O Demônio do Sexto Céu pode ser considerado como a tendência de buscar usar tudo e todos como um meio. Num certo sentido, esta é uma tendência natural que todos os seres possuem. Em contraste, buscar apoiar ativamente as outras pessoas e melhorar nosso ambiente é extremamente difícil. A benevolência, o amor pela humanidade, a disposição de servir aos outros — estas são qualidades maravilhosas; mas manifestá-las em nossas ações é dificílimo... Devido a essa ignorância a respeito da verdadeira natureza da vida, as pessoas tentam fazer com que tudo e todos no universo sirvam-nas, tentam transformá-los em meios. Essa é a função do Demônio do Sexto Céu, da natureza maligna do poder.” (Brasil Seikyo, edição no 1.425, 9 de agosto de 1997, pág. 3.)

Nessa explanação, consta também que a escuridão fundamental e a natureza da iluminação são essencialmente uma só. Na prática diária, temos de lutar contra nossa própria escuridão fundamental. Abraçar o Sutra de Lótus significa lutar continuamente contra a escuridão fundamental de nossa vida e também contra a covardia ante a força maligna do poder.

“O que passa em minha mente quando realizo algo? Penso em mim ou nos outros?” Na balança da vida, entre o bem e o mal, esse questionamento dirá qual é minha tendência.

Hoje, buscamos criar uma sociedade melhor com a conversão de dez mil famílias ao Budismo de Nitiren Daishonin. A política de “alguém fará” ou “vocês devem fazer” pode levar a deixarmos de concretizar esse grande objetivo. Assumir essa responsabilidade como autênticos budistas que lutam contra a própria tendência negativa da vida fará a diferença. Para isso, precisamos fazer florir toda a benevolência budista em nossa vida, sentindo o sofrimento do outro como se fosse nosso.

Fazer Chakubuku significa “retirar o sofrimento e dar felicidade”. Não o nosso sofrimento, mas do outro. Não a nossa felicidade, mas a do outro.

Uma análise profunda e sincera de nossas ações diárias, na família, no trabalho, com os amigos etc. tendo como base os pontos expostos acima, fará uma grande diferença na derrota ou vitória total neste ano.

"Revelar o verdadeiro"significa levantar-se

"Embora em um nivel diferente, cada um de nós deve lutar para manifestar a verdadeira indentidade por meio da fé e da prática em prol do kossen rufu.

"Revelar o verdadeiro"significa levantar-se com base na mais profunda consciência, revelando-a nas próprias ações.

O Presidente Toda disse:"Em termos do significado superficial dos sutras, ou em termos de nossa função externa, somos Bodhsattivas da Terra. Mas, do ponto de vista da fé, somos seguidores e discípulos de Nitiren Daishonin". Esta convicção é a ideologia da Soka Gakkai .
Quando todos se levantarem com a compreensão de que são filhos do Buda que possuem umaligação direta com Nitiren Daishonin,isso corresponderá ao hosshaku kempon da SGI."

Daisaku Iked - Preleção dos capítulos Hoben e Juryo, página 169

Da responsabilidade em aceitar as coisas

Da responsabilidade em aceitar as coisas
Kalama Sutta12

Certa vez, Gautama Buda visitou uma pequena vila chamada Kesa-putra, no reino de Kosala, cujos habitantes se chamavam Kalamas. Eles fizeram a seguinte pergunta ao Buda:

"Senhor, alguns anacoretas e brâmanes que passaram por nossa vila divulgaram e exaltaram suas próprias doutrinas e condenaram e desprezaram as doutrinas dos outros. Depois, passaram outros que também, por sua vez, divulgaram e exaltaram as suas doutrinas e também condenaram e desprezaram as doutrinas dos outros. Mas nós, Senhor, estamos sempre em duvida e perplexos, sem saber qual desses veneráveis expôs a verdade e qual deles mentiu."

Então o Buda respondeu: "Sim, é justa a dúvida que sentis, pois ela se originou de um assunto duvidoso. Agora prestem atenção: não vos deixeis guiar pelas palavras dos outros, nem por tradições existentes, nem por rumores. Não vos deixeis guiar pela autoridade dos textos religiosos, nem por simples lógica ou dedução, nem por aparências, nem pelo prazer da especulação sobre opiniões, nem por verossimilhanças possíveis, nem por simples impressão ou pela idéia: 'Ele nosso mestre.' Mas, Kalamas, desde que souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são desfavoráveis, falsas e ruins, então renunciai a elas... e quando souberdes e sentirdes, por vós mesmos, que certas coisas são favoráveis e boas, então deveis aceitá-las e segui-las."

Respondendo aos bhikkhus (monges) disse: "Um discípulo deve examinar a questão mesmo quando o Tathagata (o próprio Buda) a propõe, pois o discípulo deve estar inteiramente convencido do valor real do seu ensinamento. Não acreditem no que o mestre diz simplesmente por respeito à personalidade dele." (Anguttara-Nikaya III, 65.)

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Asoka, imperador da Índia no III século a C., seguindo o nobre exemplo de tolerância e compreensão de Gautama Buda, honrou e sustentou todas as religiões do seu vasto império. Hoje ainda é legível a inscrição original de um de seus editos gravados na rocha: "Não devemos honrar somente nossa religião, condenando as outras; devemos acima de tudo respeitar todas as crenças, pois sempre há algo a ser apreciado por esta ou aquela razão. Agindo desta forma, glorificamos nossa própria crença e prestamos serviço as demais. De outro modo, prejudicamos a nossa própria religião e fazemos mal à dos outros. Por conseguinte, que todos escutem e estejam dispostos a não se fecharem às doutrinas professadas pelos demais."

Esse espírito de mútua compreensão deveria ser aplicado não somente em matéria de doutrina religiosa, mas também em assuntos nacionais, políticos, sociais e econômicos.

O Budismo se apresenta sob a forma e um sistema psicológico, moral e filosófico baseado na raiz dos fatos, que podem ser testados e verificados pela experiência pessoal, pois é racional e pratico, isento de doutrinas esotéricas (ocultas).

O espírito de tolerância e compreensão foi sempre um dos ideais da cultura e civilização budista. A seu crédito deve ser dito que, durante um período pacífico de 2500 anos, nenhuma gota de sangue foi derramada em nome do Budismo e nenhuma conversão jamais foi feita quer pela força, ou por qualquer outro método de repressão.

Do livro Budismo - Psicologia do autoconhecimento
Leia mais no site: As Mais Belas Histórias Budistas

A mais poderosa arma é o diálogo

O segundo ponto que gostaria de enfatizar é que, assim como o radicalismo
deve por sua natureza valer-se da violência e do terror, a mais poderosa
arma no arsenal do gradualismo é o diálogo. Em Sócrates podemos ver uma
profunda devoção ao diálogo, ao combate verbal do qual não há retrocesso, em
uma intensidade que é, num sentido literal, "desafio à morte". Esse diálogo
somente pode ser sustentado por fontes de energia e força espirituais ainda
maiores e mais profundas do que as achadas entre aqueles que prontamente
recorrem à violência.

É somente dentro do amplo espaço criado pelo diálogo - seja conduzido com
nossos vizinhos, com a história, com a natureza ou o cosmos - que a
totalidade humana pode ser sustentada. O silêncio sufocante de um espaço
autista somente pode ser o local de nosso suicídio espiritual. Não nascemos
humanos; apenas podemos conhecer a nós mesmos e aos outros - e, portanto,
ser "treinados" na forma de um ser humano - através da imersão no "oceano da
linguagem e do diálogo" alimentada pelas fontes da tradição cultural.

Recordo-me da bela e comovente passagem do Fédon no qual Sócrates ensina a
seus jovens discípulos que o ódio da linguagem e das idéias (misologos) leva
ao ódio da humanidade (misanthropos) . A suspeita da linguagem que dá
surgimento a um misólogo é apenas o inverso de uma crença excessiva no poder
da linguagem. Os dois são aspectos diferentes da mesma coisa, uma fraqueza
de espírito incapaz de resistir às pressões da proximidade humana produzidas
pelo diálogo. Essa fragilidade espiritual da mesma forma levará uma pessoa a
vacilar entre confiança e suspeita excessivas de outras pessoas, tornando-se
portanto presa fácil das forças de desintegração.

Para ser digno do título "diálogo", nossos esforços nessa direção devem ser
conduzidos até o fim. Refutar esse diálogo e escolher a força é
comprometer- se com a fraqueza humana; é admitir a derrota do espírito
humano. Sócrates, ao meu ver, está encorajando calorosamente seus jovens
discípulos a se treinarem e a se fortalecerem espiritualmente, a manterem a
esperança e o autocontrole, a avançarem destemidamente escolhendo a virtude
acima da riqueza material, a verdade acima da fama...

Embora não possamos enxergar nossa moderna sociedade de massa e o mundo da
antiga Grécia através das mesmas lentes, justamente por isso, acredito que
seja um erro enfatizar exageradamente as diferenças. Em seu estudo clássico
Opinião Pública, Walter Lippmann, por exemplo, clamava repetidamente pelo
diálogo socrático e indivíduos socráticos como as chaves para a mais
completa formação da opinião pública8. Quando encontrei recentemente com o
presidente Stark (da Faculdade Claremont McKenna) e o professor Balitzer em
Tóquio, concordamos plenamente quanto à importância suprema da educação.
Isso porque a educação, quando baseada no diálogo amplo, representa muito
mais do que a mera transferência de informação ou conhecimento; ela
possibilita nos elevar acima das limitações de nossas perspectivas e paixões
paroquiais. Os institutos de ensino superior estão incumbidos com a nobre
tarefa de criar cidadãos socráticos mundiais e lançar-se à busca de novosprincípios em prol da integração pacífica de nosso mundo. 

NOTA: O Brasil Seikyo nº 1225 de 15 de maio de 1993 publicou o discurso que o
presidente Ikeda proferiu na Universidade de Mckenna


Adenir: 

A afinidade é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos, é o mais independente tbém.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias.
Qdo há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Ter afinidade é muito raro.
Mas, quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Afinidade é sentir com. Não é sentir contra.
Nem sentir para. Nem sentir por. Nem sentir pelo.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.

Bjos

Adenir é uma, entre tantas, amigas de orkut. Adorei esses dizeres, ter afinidade é tudo de bom!

4 de agosto de 2008

Glorioso Perdedor - Olimpíadas

1904 – Glorioso Perdedor

O cubano e simples carteiro, Feliz Carbajal, cansado da vida que levava decidiu participar dos jogos dos Estados Unidos na prova de maratona. Trabalhava em praça pública fazendo apresentações teatrais para juntar dinheiro.

  No dia da maratona, quando chegou ao local da largada estava as únicas roupas que possuía. Vestia camisas de mangas longas, calças compridas de brim e sapatos pesados. Todos riram, apenas um atleta americano, Martin Sheridan, tratou de ajudá-lo. Com uma tesoura cortou as mangas e as pernas da calça e emprestou-lhe sapatos de corrida.

  O calor era grande. Ao passar por um pomar, subiu num pé de maçã e almoçou ali mesmo. Elas não lhe fizeram bem, pois teve dor de barriga, chegando a vomitar. Mesmo assim chegou ao final da maratona como o quarto melhor.

  No romance Nova Revolução Humana o pres. Ikeda diz\: "O que é medo? Na realidade, não passa de uma ilusão criada pela própria mente. Medrosos são aqueles que temem a sombra que eles próprios criaram!".
  E mais: "A juventude de todos é uma luta contra vários problemas. Entretanto, se fizerem o melhor para desafiarem seus problemas imediatos com o vigor da juventude definitivamente descobrirão a maneira de superá-los. Vencendo as dificuldades uma a uma no final, ao olha para trás descobrirão uma luta grandiosa".
 
Fonte: TC fevereiro/1997. (Revista Terceira civilização, Editora Brasil Seikyo)

Agradecimentos a amiga Marcia Rocha que me mandou por email essa notícia.

1920 – O corredor das Neves - Olimpíadas

1920 – O corredor das Neves

  Paavo Johannes Nurmi levantava-se todos os dias às 6 horas da manhã, morador da Finlândia, onde o inverno é para pingüim nenhum botar defeito. Lá, a temperatura chega a 20º abaixo de zero.

  Mesmo assim, saía para correr na neve, voltava para casa, fazia sua primeira refeição – geralmente à base de pão preto e peixe seco – e ia correr outra vez. Descansava, almoçava e dava novos piques pela rua, sempre com um relógio para controlar seu tempo. Ao retornar para casa, tomava banho frio e ficava lendo até dormir. No dia seguinte levantava-se às 6 horas da manhã e repetia a rotina do dia anterior.

  Bem, já imaginaram no que Paavo se transformou com toda essa disciplina? Brilhou nas Olimpíadas de Antuérpia em 1920, conquistando a medalha de ouro nos 10 mil metros e na corrida cross-country (a última, hoje não mais disputada) na categoria individual e por equipe conquistou a medalha de ouro nos 1500, 5 e 10 mil metros, em Paris. E, em 1928, em Amsterdam, conquistou a medalha de ouro nos 10 mil metros e a de prata nos 5 mil metros.

  Quando da participação em Amsterdam, só não ganhou a corrida dos 5 mil porque não quis. Ele liderou até o finalzinho, quando diminuiu a marcha e deixou que seu compatriota Ville Ritola o ultrapassasse.

  Sobre a determinação e a autodisciplina para conquistar objetivos grandiosos e difíceis o Pres. Ikeda diz: "O potencial do ser humano é tão supreendente que, se uma pessoa se convence de que é inútil, realmente a prodigiosa capacidade de seu cérebro acaba por atrofiar-se. Ao contrário, digam a si próprios: "Não estou utilizando plenamente a minha capacidade intelectual. Mas se me empenhar de verdade, vou despertar os recursos que estão adormecidos e conseguir tudo o que quiser".

  "Vejam, isto que estou lhe dizendo é a verdade: quanto mais exercitarem seu intelecto, maior será sua capacidade. E, acrescentando mais uma coisa: quando um jovem, além de trabalhar com seriedade em seus projetos, realiza a prática do daimoku, não há nada que lhe seja "impossíve"!

Fonte: TC fevereiro/1997. (Revista Terceira civilização, Editora Brasil Seikyo)

Agradecimentos a amiga Marcia Rocha que me mandou por email essa notícia.

Vencendo a solidão - Olimpiadas

1964 – Vencendo a solidão 

  Aída dos Santos era uma moça negra da favela de Niterói que competia com atletas brancas, de boa aparência e bem vestidas. Numa final no estádio de Tóquio completamente lotado, conseguiu chegar na quarta colocação, algo que não se imaginava naquela época.

  Mesmo feliz, naquele momento sentiu uma imensa solidão e chorou. Era a única mulher da delegação, não tinha técnico, médico, massagista ou roupeiro. A equipe de atletismo era formada por ela mesma. Não tinha uniforme da delegação e em dia de competição usava um antigo e surrado. Nos treinos vestia o uniforme oferecido por seu clube.

  O pres. Ikeda sempre nos orienta que as pessoas diferem apenas na aparência e nas ações, sendo todas iguais interiormente. As virtudes invisíveis, enfatiza ele, são mais importantes que as visíveis.

  Há ocasiões em que a maneira como nos apresentarmos faz uma grande diferença, mas, no mundo da fé, o coração é o mais importante: o coração determina tudo. De acordo com o princípio de itinen sanzen é o "pensamento determinado" – em outras palavras, a mente, o coração – que determina o " ".
  Eis porque a condição em que se encontra o nosso coração, o nosso interior, a nossa verdadeira essência, é muito mais importante do que apresentarmos uma falsa imagem.

Fonte: TC fevereiro/1997 (Revista Terceira civilização, Editora Brasil Seikyo)

Agradecimentos a amiga Marcia Rocha que me mandou por email essa notícia.

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