03 DE FEVEREIRO DE 2001 — EDIÇÃO Nº 1590
Esta é a 12º parte da segunda série de diálogos sobre a juventude,
realizados entre o presidente Ikeda e os coordenadores da Divisão dos
Herdeiros, Teruhiko Yumitani (masculino) e Yoshiko Ueda (feminino),
representando todos os membros da Divisão, publicada na edição de 10 de
fevereiro de 1999 do jornal quinzenal da Divisão dos Herdeiros da Soka
Gakkai*.*
Para os protagonistas do Século XXI – parte 2
Ueda: Temos mais perguntas sobre a vida e a morte. Um membro escreveu: "Minha avó, que eu amava muito, morreu. Depois que eu morrer, poderei encontrá-la novamente?"
Pres. Ikeda: Nitiren Daishonin diz que sim. Essa é a maneira benevolente com que ele tranqüiliza uma mãe que havia perdido o filho: "Há uma maneira de encontrá-lo (seu filho falecido) prontamente. Tendo o Buda Sakyamuni como guia, a senhora poderá encontrá-lo na terra pura do Pico da Águia... O Sutra de Lótus ensina que jamais aconteceria de uma mulher que recita o Nam-myoho-rengue-kyo não se encontrar com seu amado filho." (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], pág. 1092.)
Este trecho foi extraído de "O Presente de Saquê Puro", uma carta que Daishonin enviou para a monja leiga Ueno, a mãe viúva de Nanjo Tokimitsu, após o repentino falecimento de seu filho mais novo.
Ao dizer que mãe e filho vão se "encontrar na terra pura do Pico da Águia", Daishonin está dizendo à mãe consternada que seu filho falecido atingiu o estado de Buda. E assegura-lhe que, como ela também está destinada a atingir o estado de Buda, poderá encontrar o filho no mesmo mundo do estado de Buda.
Poderíamos dizer que a palavra "encontrar" é usada aqui no sentido de que quando nossa vida após a morte funde-se com a vida universal, podemos sentir nossa união, ou unicidade com nossos queridos entes falecidos. Ou no sentido de que poderemos encontrar novamente nossos queridos entes falecidos no futuro em alguma outra terra do Buda no universo.
É bem possível que, neste nosso vasto universo, haja muitas terras ideais do Buda onde o Kossen-rufu já tenha sido alcançado. Astrônomos anunciaram recentemente que há no universo aproximadamente 125 bilhões de galáxias.
Essa estimativa do número de galáxias no universo baseia-se em observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA, e foi apresentada em um encontro da Sociedade Astronômica Americana.
Yumitani: Que número colossal! Não são 125 bilhões de planetas, mas 125 bilhões de galáxias. Isso é estonteante.
Pres. Ikeda: Mas, da perspectiva budista do universo, até mesmo esse número ainda é pequeno. O 16o. capítulo do Sutra de Lótus, "Revelação da Vida Eterna do Buda", ensina uma visão ainda mais vasta do universo, a qual recitamos como parte do Gongyo da manhã e da noite. A escala universal descrita nesse capítulo é tão imensa que realmente podemos apenas considerá-la como uma tentativa de expressar o infinito.
Yumitani: Isso significa que a visão científica do universo está começando a
se aproximar da visão budista?
Pres. Ikeda: Sim, creio que podemos dizer isso. De qualquer forma, a Terra com certeza não é o único planeta onde existe vida. Há no universo um número infinito de planetas assim. Podemos renascer às vezes com nossos queridos entes falecidos nas terras do Buda dentre esses planetas. Outras vezes, podemos renascer juntos na Terra ou em outros planetas onde o Kossen-rufu ainda não tenha sido alcançado, e então lutar para ajudar aqueles que sofrem. O Sutra de Lótus ensina que cada um de nós tem a liberdade de decidir tudo isso.
A vida é eterna. Apesar de dizermos que "perdemos" alguém quando essa pessoa falece, na verdade poderíamos dizer também que ela apenas foi para um lugar distante por algum tempo, como quando um amigo vai para o exterior e não podemos encontrá-lo durante um certo tempo.
Ueda: Então, seria possível que a avó falecida desse nosso membro renascesse aqui na Terra, e as duas se encontrarem novamente?
Pres. Ikeda: Claro. Mas elas podem não se reconhecer! Além do mais, a avó seria mais jovem que a neta!
O sofrimento nos ajuda a compreender os outros
Pres. Ikeda: Quando jovem, o presidente Toda perdeu um filho. Ele disse certa vez:
"Perdi minha filha Yasuyo quando eu estava com 23 anos. Segurei minha filha
falecida nos braços durante a noite inteira. Naquela época, ainda não havia
me convertido à fé no Gohonzon, e estava tão abalado pela dor que dormi com
ela no colo. E assim nos separamos, e hoje estou com 58 anos. Ela estava com três anos quando morreu, portanto, se estivesse viva agora imagino que seria uma
mulher admirável na aurora da vida. Será que eu encontrei minha filha novamente nesta vida? Essa é uma questão da própria percepção por intermédio da fé. Eu creio que a encontrei. Se a pessoa se reúne com um parente falecido nesta ou na próxima existência é uma questão da própria percepção por meio da fé."
O Sr. Toda contou esse relato para incentivar um membro que havia perdido umfilho pequeno. Ele respondia a uma pergunta que esse membro havia feito: "Será que é possível restabelecer um relacionamento de pai e filho com meu filho falecido ainda nesta existência?" Após ter perdido a filha, o Sr. Toda perdeu também a esposa. Ele sentiu uma enorme dor e sofrimento, mas disse que foi exatamente esse sofrimento que lhe permitia então incentivar e tranqüilizar os outros e, como líder de muitas pessoas, tornar-se alguém que consegue compreender os sentimentos dos demais.
Tudo que nos acontece tem um significado. Mesmo que estejam tristes e cheios de sofrimento e sintam que não podem continuar, enquanto continuarem a avançar com coragem, vivendo de forma a não serem derrotados, vocês acabarão compreendendo o significado dessa dor e sofrimento. Esse é o poder da fé. E é também a essência da vida.
Ueda: Compreendo.
Yumitani: O Sr. Toda dizia que essa é uma "questão de percepção". Será que com "percepção" ele queria dizer o sentimento ou a consciência que temos nas profundezas de nossa vida?
Pres. Ikeda: Sim. A vida, quando a vivemos realmente com plenitude, trata-se em essência de nossos próprios sentimentos e percepções. Não se trata apenas de uma questão de teorias ou palavras. Vocês podem falar sobre o quanto estão alegres e felizes mas, se na verdade sentirem em seu íntimo depressão e desespero, suas palavras não terão nenhum valor.
E, da mesma forma, mesmo que intelectualmente compreendam que a vida é eterna, essa compreensão será também vazia e insignificante se não desafiarem a si próprios e não se empenharem na prática budista para que sua vida brilhe eternamente. Tampouco poderão dizer que realmente compreendem a eternidade da vida.
A doença ou os acidentes como causa de morte
Yumitani: Presidente Ikeda, o senhor acabou de nos explicar que tudo tem um significado. Mas queria perguntar-lhe o que acontece então com as pessoas que morrem ainda jovens em um acidente ou devido a alguma doença. Há alguma razão para que isso aconteça?
Pres. Ikeda: Devemos dar um sentido a isso também. A lei da vida e da morte rege todo o universo. Mas ela sempre se manifesta de forma única, diferente para cada pessoa. A vida é extremamente complexa, e nela atuam inumeráveis causas e condições.
Nossa vida é em grande parte governada pelo carma, que foi se acumulando devido às nossas ações praticadas em existências passadas. Todos nós estamos sujeitos ao carma imutável (carma fixo), que determina as condições básicas de nossa vida, tais como por quanto tempo viveremos. E estamos também sujeitos aos efeitos do carma mutável (carma não-fixo), cujos resultados podem ou não aparecer nesta existência. Se fizermos um paralelo entre esses dois carmas e a doença, o carma imutável seria como uma doença grave e até mesmo fatal, e o carma mutável seria uma enfermidade mais leve, como um resfriado.
Yumitani: Mas ambos são resultado de nossas ações passadas, certo?
Pres. Ikeda: Sim, portanto, não podemos culpar ninguém por nossos problemas. Tudo o que somos são o resultado de nossas próprias ações. Algumas pessoas ficam se corroendo ao imaginar por que não nasceram em determinada família, por que não nasceram mais belas e nobres, mas tudo é determinado por suas próprias ações passadas.
A palavra sânscrita karma significa "ação". Todas as nossas ações — o que pensamos, o que dizemos e o que fazemos — ficam gravadas na vida. Quando nossas ações forem boas, receberemos efeitos positivos que nos deixarão felizes; e quando forem más, receberemos efeitos negativos que nos tornarão infelizes. Tudo conseqüentemente retorna para nós.
É até mesmo bem possível que às vezes aquelas pessoas que cometem atos de terrível crueldade e desumanidade não renasçam como seres humanos nas próximas existências.
Ueda: A lei de causa e efeito é muito rigorosa, não é mesmo? As forças do bem e do mal persistem após a morte
Pres. Ikeda: As forças do bem e do mal gravadas na vida da pessoa não desaparecem com o falecimento. Nós as levamos conosco para a próxima existência. Podemos talvez considerar esse fenômeno semelhante ao princípio da conservação da energia ensinada pela Física.
Mas o Budismo de Nitiren Daishonin ensina que nós podemos transformar todos esses carmas.
Ueda: Até mesmo o carma imutável?
Pres. Ikeda: Sim, até mesmo o carma imutável. Na verdade, é de suma importância transformá-lo. Independentemente dos sofrimentos ou dificuldades que enfrentarmos, devemos viver com força e coragem, desafiando-os até vencermos. A pessoa que vence no final é uma verdadeira vitoriosa na vida. A vitória não se decide no meio do caminho. Se vencermos no final, poderemos olhar para trás e entender que tudo o que aconteceu até então teve um significado. Mas se perdermos no final, tudo em nossa vida terá sido em vão, independentemente do quanto as coisas tenham sido fáceis até então.
Uma menina que compartilhou com os outros seu radiante espírito
Yumitani: E as pessoas que morrem por causa de alguma doença? Isso é um sinal de derrota na vida?
Pres. Ikeda: Não. Se a pessoa teve uma fé forte e invencível até o fim, ela venceu. Há muitas pessoas que, apesar de estarem com alguma doença terminal e de sofrerem muito com isso, oraram pelo Kossen-rufu e pela felicidade de seus companheiros e incentivaram os outros até o último momento. Sua vida e sua bravura diante da morte proporcionou coragem e inspiração a incontáveis pessoas. Esses indivíduos renascerão rapidamente com um corpo saudável.
Conheci uma menina que, aos onze anos, foi diagnosticada com um tumor no cérebro. Ela faleceu aos quatorze. Mas, apesar de tudo, era muito alegre e feliz. Ela animava os adultos no hospital, compartilhando seu espírito radiante e positivo com todos que encontrava. Sem dúvida, ela sofria terríveis dores ocasionadas pela doença, mas continuava a recitar o Daimoku e a incentivar as pessoas.
Ao morrer, disse a um de seus últimos visitantes: "Não me preocupo mais com minha doença nem com o que acontece comigo. Parei de orar para mim mesma. Há tantas outras pessoas que estão muito piores que eu. Oro com todo coração para que essas pessoas se convertam o mais cedo possível e descubram por si próprias como o Gohonzon é maravilhoso. " Aos seus pais, ela disse: "E se isso tivesse acontecido com você, pai? Nós estaríamos sofrendo problemas terríveis! E seria simplesmente horrível se isso acontecesse com você, mãe. E se fosse com meu irmãozinho, tenho certeza de que ele não conseguiria lidar com isso. Estou feliz que tenha sido comigo e não com nenhum de vocês... Tenho
certeza de que isso é o resultado de uma promessa que fiz antes de nascer.
Se aquelas pessoas que me conhecem aprenderem algo de minha vida, eu ficarei
feliz."
Eu soube da luta dessa menina contra a doença e enviei-lhe rosas e também um leque no qual escrevi as palavras "Luz da Felicidade, e uma foto que tirei de um campo cheio de íris. Soube que ela vibrou de alegria ao recebê-los. As palavras que deixou para os que estavam ao seu redor foram: "Fé significa ter fé até o fim." E ela demonstrou essas palavras com sua própria vida.
Havia muitas e muitas pessoas em seu funeral. Em seus breves quatorze anos e meio, ela falou a mais de mil pessoas sobre a grandiosidade da Lei Mística. Essa menina chamava-se Akemi Yamada. Ela era da cidade de Kashiwa, na Província de Tiba, no Japão. [Ela faleceu em outubro de 1982.] Ela venceu. É isso o que sinto. Sua vida inteira, todo seu sofrimento, teve significado. Com sua própria batalha, ela conseguiu dar um significado ao seu sofrimento. A forma de viver de um bodhisattva
Pres. Ikeda: Akemi disse que sua doença era o resultado de uma promessa feita antes de nascer. O budismo ensina o conceito da escolha deliberada das próprias circunstâncias. É assim que os praticantes da Lei Mística escolhem voluntariamente nascer em uma condição difícil para que possam demonstrar o poder do budismo para os outros com seu empenho e subseqüente triunfo. Essa é a forma de viver de um bodhisattva.
Se todos os praticantes fossem afortunados desde o início, as pessoas nunca conheceriam o poder do budismo. É por isso que algumas pessoas escolhem renascer em condições de profundo sofrimento para que possam mostrar aos outros o que é a revolução humana. É como uma peça, um drama grandioso.
Ueda: Assim, pode haver significado na morte de uma pessoa, mesmo que ela tenha falecido devido a algum acidente ou doença.
O que importa é a maneira como vivemos
Pres. Ikeda: Todos nós morreremos um dia. O mais importante é a maneira como vivemos. É importante vivermos o máximo que pudermos, mas a longa duração não significa uma boa vida. O crucial é o que fizemos com nossa vida. É isso o que determina se nossa vida é boa ou não.
O Dr. Norman Cousins, dos Estados Unidos, disse: "A morte não é a maior tragédia que cai sobre nós. Ainda mais trágico é uma importante parte de nós morrer enquanto ainda continuamos vivos. Não existe tragédia mais terrível que essa. O que importa é conquistar algo na vida."² O Dr. Cousins foi um grande jornalista e ativista da paz. Em seus últimos anos, ele realizou um trabalho pioneiro no campo da medicina do corpo e da mente com base na convicção de que ambos são um só.
De qualquer forma, o importante não é o fato de nossa vida ser longa ou curta. Para as pessoas que praticam o Budismo de Daishonin, recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, o eterno bom remédio, enquanto estão vivas é a maior felicidade de todas. E, depois de morrerem, retornarão rapidamente para o grandioso palco do Kossen-rufu graças às relações que formaram com o budismo nesta existência. É como se tirassem um cochilo para descansar e depois acordassem novamente. O mesmo acontece com as pessoas que morrem em acidentes.
É claro que não devemos perder nossa preciosa vida por causa de nosso próprio descuido. É arrogância pensar que estamos livres de acidentes só porque praticamos o budismo. A atitude correta da fé deve ser tomar cuidados extras com acidentes e doenças exatamente porque praticamos o budismo.
O suicídio é um completo erro
Yumitani: O número de suicídios é muito elevado na sociedade japonesa atual.
Pres. Ikeda: Sim, em todo o mundo. Isso é muito triste. É doloroso. As pessoas que se matam pensam que não têm nenhuma saída. Elas não têm forças para lutar. Não têm onde se refugiar nem onde encontrar conforto. Mas buscar refúgio na morte não faz com que os sofrimentos se acabem. Na verdade, destruindo o tesouro que é a própria vida comete-se uma grave ofensa que somente aumentará os sofrimentos.
Os suicidas sentem-se num beco sem saída e despojados de força vital. A razão de se sentirem assim deve-se essencialmente ao fato de viverem em oposição à lei fundamental da vida, a Lei Mística. O universo inteiro flui no ritmo da vida e da morte. A maior das estrelas vive e morre, o menor dos insetos vive e morre. Todos os fenômenos seguem o ritmo da vida e da morte. A base da vida e da morte é o Nam-myoho-rengue- kyo. É por essa razão que nossa energia vital enfraquece se agirmos contra a Lei Mística e fica mais forte se a praticarmos. De qualquer forma, o suicídio é sempre um erro absoluto.
Yumitani: Conheço uma pessoa que havia entrado em depressão e perdido a razão de viver quando seu filho faleceu, mas graças aos incentivos e ao apoio dos companheiros da Gakkai, ela conseguiu recomeçar a vida.
Pres. Ikeda: Nós somos uma família da Lei Mística. Estamos unidos pelo "sistema de comunicação sem fio" da Lei Mística, que transcende a vida e a morte. Nosso Daimoku sempre alcança nossos queridos entes falecidos. E, se quisermos, eles podem renascer como membros da família, ou amigos, ou em algum lugar próximo de nós. A família consternada deve ter convicção nisso e empenhar-se para conduzir a vida mais feliz e realizada. De fato, sua felicidade é uma grande prova de que o falecido atingiu o estado de Buda.
Yumitani: Portanto, o que importa é a maneira como os que ficaram conduzem sua vida?
Pres. Ikeda: Exatamente. O budismo expõe a unicidade da vida e da morte e a unicidade de pai e filho. Assim, se os familiares vivos estão felizes, os falecidos seguem também o curso da felicidade. Da mesma forma, se os familiares falecidos atingiram o estado de Buda, poderão — como parte das forças protetoras do universo com o qual se fundiram — proteger os familiares ainda vivos.
Ueda: Não podemos compreender diretamente como é a morte, mas podemos ter uma idéia baseando-nos na vida.
Pres. Ikeda: É possível. Não se pode comprovar cientificamente como é o estado pós-morte. Mas, se praticamos o budismo e recebemos uma clara prova real da validade de seus ensinos enquanto estamos vivos, faz sentido aceitarmos também os ensinos budistas sobre o que acontece após a morte.
Yumitani: Se os ensinos do budismo não fossem verdadeiros, nossos membros não veriam essa prova demonstrada em sua vida, mas eles vêem.
Pres. Ikeda: Todos nós testamos essa prática, e da mesma forma todos obtivemos algum tipo de prova real de que ela realmente funciona. Isso significa que está em ação algum tipo de lei fixa ou princípio. A base de todos os ensinos budistas é a visão de que a vida é eterna. Se essa base estivesse errada, não teríamos a prova real da eficácia do budismo enquanto
estamos vivos. Podemos conhecer a morte somente depois de morrer?
Yumitani: Há muitas pessoas que dizem ser impossível provar a existência de vida após a morte e que somente podemos saber como é a morte morrendo.
Pres. Ikeda: Bem, isso é verdade — só se pode saber como é a morte morrendo. Mas o que fariam se, após morrerem, descobrissem que o budismo estava certo? Seria muito tarde para mudar a vida!
Ueda: Sim, estaria tudo acabado!
Yumitani: Mesmo supondo que não houvesse vida após a morte, todos os esforços empenhados para o próprio aperfeiçoamento por meio da prática budista não seriam desperdiçados, porque a pessoa acabaria ficando melhor, com uma vida realizada. De qualquer forma, teríamos vencido. Se considerássemos como se fosse uma aposta, seria a melhor aposta que existe!
Pres. Ikeda: O budismo não está absolutamente equivocado com relação à vida e à morte. A ciência não é todo-poderosa; há muitas coisas que ela não pode comprovar. Em particular, a ciência natural moderna destaca-se na pesquisa dos cinco sentidos, mas carece de meios para pesquisar além disso.
Yumitani: A ciência não tem meios para investigar a vida após a morte.
Pres. Ikeda: Portanto, a atitude científica apropriada deveria ser evitar de julgar aquilo que não compreende. Goethe e Tolstoi eram da mesma opinião. E Gandhi também. A ciência não tem nenhuma autoridade para declarar se existe ou não vida após a morte.
Yumitani: É arrogância declarar que não existe vida após a morte sem ter uma comprovação, e é também um erro.
Pres. Ikeda: Sim, é um enorme erro. Nenhuma outra época foi tão empenhada em recusar-se a enfrentar a morte e tão ardente na busca dos desejos mundanos como esta era da ciência, o século XX. Mas creio que não seja nenhuma coincidência que este século que se esqueceu da morte tenha sido o século da morte em massa, que presenciou duas guerras mundiais e uma corrida pelas armas nucleares levando a ameaça da aniquilação global. Não se pode esperar
encontrar a base para o respeito pela dignidade da vida partindo da teoria de que não existe vida após a morte e que os seres humanos nada mais são que um conglomerado de matéria.
Cada dia é um precioso tesouro
Pres. Ikeda: É por isso que quero que vocês, jovens, estudem e propaguem a filosofia da dignidade da vida em todo o mundo para que o século XXI seja um século de paz. Quero que estudem a visão correta da vida e da morte, baseiem suas ações nessa visão e considerem cada dia como um tesouro precioso e insubstituível. Quero que cada um de vocês preencha sua vida de valor equivalente a cem anos e que conduzam uma existência invencível, cujo legado resplandeça eternamente.
BUDISMO DE NITIREN DAISHONIN, FILOSOFIA HUMANÍSTICA E TEMAS AFINS.
O presidente Ikeda observa: "É absolutamente impossível que alguém com uma conduta séria e sincera na fé não consiga ser feliz e prosperar ou que seu ambiente não consiga ser revitalizado. Este é o princípio universal do budismo. O coração é o que transforma tudo. Esta é a natureza prodigiosa da vida. É uma verdade irrefutável". Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo....
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8 de setembro de 2008
Vida e morte — terceira e última parte
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Um comentário:
Sônia, boa noite!
Vi que seus 6 blogs estão abertos à parceria via troca de links. Meus blogs (todos com PR5 e com registro no Technorati e no Blogblogs) são:
http://poemasdeandreluis.blogspot.com/ [ Gritos Verticais – que é o meu blog principal]
http://poeticaheretica.blogspot.com/ [ Pó(ética Herética) ]
http://gritosverticaisdanaturezapoetica.blogspot.com/ [ Raiz de Cem ]
http://sonsdesonetos.blogspot.com/ [ Sons de Sonetos ]
http://prosaepoesia.wordpress.com/ [ O Poema Nosso de Cada Dia ]
Há, ainda, os blogs da Rita Costa, todos com PR4, que são:
http://almadepoesia2007.blogspot.com/ [ Alma de Poesia ]
http://naturezapoetica2007.blogspot.com/ [ Natureza Poética]
http://rioepoesia.wordpress.com/ [ Rio em Poesia]
Por fim, há o meu blog de crônicas, com PR3:
http://docedefel.wordpress.com/ [ Doce de Fel ]
Vamos fazer uma parceria de todos com todos? Bem, isso fica ao seu critério. Fico aguardando.
Grande abraço!
André L. Soares.
direitos.autorais2006@gmail.com
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