Example Example Example Example Example Example Example O presidente Ikeda observa: "É absolutamente impossível que alguém com uma conduta séria e sincera na fé não consiga ser feliz e prosperar ou que seu ambiente não consiga ser revitalizado. Este é o princípio universal do budismo. O coração é o que transforma tudo. Esta é a natureza prodigiosa da vida. É uma verdade irrefutável". Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo Nam-myoho-rengue-kyo....


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4 de janeiro de 2009

Fundamentos do Budismo de Nitieren Daishonin

Uma visão geral do Sutra de Lótus
PARTE 7
(Living Buddhism Agosto/2003, p.52)

O Sutra de Lótus foi o ensino mais elevado do Buda Sakyamuni e o propósito de sua vida. Nele, Nitiren Daishonin encontrou a base teórica e doutrinária para estabelecer o Budismo de Nitiren Daishonin, o ensino para conduzir toda a humanidade à felicidade na época atual, ou seja, os Últimos Dias da Lei. Esta série é baseada no livro Kyogaku no Kiso (Fundamentos do Estudo) publicada pelo Departamento de Estudo da Soka Gakkai.

O Texto Original e as Traduções Chinesas


O Sutra de Lótus foi escrito pela primeira vez na Índia entre o primeiro e segundo séculos D.C.. Compilado em sânscrito (1), muitas cópias e fragmentos dos primeiros textos foram descobertos na Índia e Ásia Central.
Ao redor do terceiro século D.C., o sutra foi transmitido para a China onde foi traduzido para o chinês. Seis diferentes traduções chinesas do Sutra de Lótus são conhecidas, das quais três existem ainda hoje(2). Entre estas, o Sutra de Lótus de Kumarajiva da Lei Maravilhosa (Myoho-renge-kyo, em japonês) tornou-se a versão mais popular e a mais usada na China e Japão. Nitiren Daishonin considerou a tradução de Kumarajiva, o Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa, ou Myoho-rengue-kyo, como a única tradução que preserva exatamente a intenção verdadeira do Buda Sakyamuni. Em “Resposta à Senhora Ota”, Nitiren Daishonin diz: “Somente Kumarajiva traduziu as passagens das escrituras de Sakyamuni, senhor dos ensinos, sem incluir suas próprias palavras” (Gosho Zenshu, p. 1007).

O Título do Sutra de Lótus

O título do Sutra de Lótus em japonês, Myoho-renge-kyo (Chin Miao-fa-lien-hua-ching, em chinês), é a tradução de Kumarajiva do título do texto sânscrito Saddharma-pundarika-sutra. Saddharma significa literalmente “o dharma correto” ou “lei correta”; Pundarika, “lótus branco”; e “sutra”, o ensino do Buda. (Enquanto Dharmaraksha traduziu o sânscrito sad de Saddharma, literalmente, usando o caracter chinês correto, Kumarajiva inferiu um significado mais profundo, traduzindo sad como miao do caracter chinês, pronunciado myo, em japonês. Em inglês myo é traduzido como maravilhoso, ou místico.)

Os Vinte e Oito Capítulos do Sutra de Lótus e os sutras “Prólogo” e “Epílogo”


O Sutra de Lótus como nós o conhecemos atualmente contém vinte e oito capítulos. Nos textos budistas e outros materiais de estudo, estes capítulos são geralmente associados aos seus nomes juntamente com o seus respectivos números ordinais dentro do sutra, assim como o capítulo “Meios” (segundo) e o capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda” (décimo-sexto). Em chinês e em japonês o número do capítulo é considerado parte do próprio título. Os sutras foram inscritos em longas tiras de papel afixadas em torno de rolos de madeira. Cada uma delas é chamada de volume, pergaminho ou fascículo. O Sutra de Lótus é composto de oito destes volumes, cada um contendo de três a quatro capítulos.

O Sutra de Lótus é referido freqüentemente junto com dois outros sutras: “Significados Infinitos” e “Bodhisattva Mérito Universal” (“Sutra Que Ensina Como Praticar a Meditação Sobre o Bodhisattva Mérito Universal), cada um consistindo de um volume. O grande mestre Tient'ai classificou o sutra “Significados Infinitos” como o início ou prólogo do Sutra de Lótus, e o Sutra “Bodhisattva Mérito Universal” como a sua conclusão ou o epílogo. Ele denominou o Sutra de Lótus, juntamente com estes dois sutras que iniciam e concluem o Sutra de Lótus de “O Sutra de Lótus de Três Aspectos”. O Bodhisattva Mérito Universal é também o protagonista do último capítulo do Sutra de Lótus, o “Encorajamento do Bodhisattva Mérito Universal” (vigésimo-oitavo).

Os Ensinos Teórico e Essencial

Dos vinte e oito capítulos do Sutra do Lótus, os primeiros quatorze capítulos, se referem à primeira metade do Sutra, ou seja, do capítulo “Introdução” (primeiro) até o capítulo “Práticas Pacíficas” (décimo-quarto), os quais são conhecidos como o ensino teórico do sutra. Os últimos quatorze capítulos, do capítulo “Emergindo da Terra” (décimo-quinto) até o capítulo “Mérito Universal” (“Encorajamento do Boddhisattva Mérito Universal”) (vigésimo-oitavo), são conhecidos como o ensino essencial.
O núcleo do ensino teórico é o capítulo “Meios” (segundo) e o núcleo do ensino essencial é o capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda” (décimo-sexto). O “Ensino Essencial” é a tradução do termo budista japonês honmon; hon significa verdadeiro, original, essencial ou fundamental. Mon significa literalmente portal e denota um ensino ou escola de pensamento, simbolizando o portal através do qual as pessoas entram no mundo de entendimento e sabedoria. O ensino essencial refere-se ao ensino exposto pelo Buda original ou verdadeiro, Sakyamuni, que alcançou a iluminação num passado remoto, após incontáveis kalpas (3), como descrito no capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda” (décimo-sexto) do Sutra de Lótus.
O ensino teórico é uma tradução da palavra japonesa shakumon. O caracter shaku, literalmente, significa rastro, pegada ou sombra. Cada palavra simboliza a natureza transiente ou provisória da identidade de Sakyamuni, como o Buda que atingiu a iluminação nesta existência. Do ponto de vista do ensino essencial, este Buda é meramente um reflexo do Buda verdadeiro daquele ensino. O termo “ensino teórico” implica que as doutrinas e os princípios que este contêm permanecem no reino da teoria, desde que vistos do ponto de vista da identidade transiente ou provisória do Buda.
Tient'ai comparou o Buda do ensino essencial, ou Buda Verdadeiro, à lua no céu, e o Buda do ensino teórico, ou o Buda Provisório, ao reflexo da lua em uma lagoa.

Dois Lugares e Três Assembléias

O Sutra de Lótus começa com o Buda Sakyamuni expondo seus ensinos no Pico da Águia. Mais tarde, invocando seus poderes sobrenaturais, ele eleva toda a assembléia que o escuta ao ar e continua a sua prelação. Finalmente, ele retorna ao Pico da Águia, onde o sutra é concluído. Estes vários lugares e ocasiões em que Sakyamuni expõe seus ensinos, são referidos no sutra como os “dois lugares e três assembléias” e, também, como “três assembléias em dois lugares. “ As três assembléias são: 1) a primeira, que ocorre no Pico da Águia; 2) a Cerimônia no Ar, na qual a assembléia é elevada ao ar; e, 3) a conclusão, que se inicia com todos retornando ao Pico da Águia.

Os “dois lugares” são o topo do Pico da Águia e o ar. A primeira assembléia, no Pico da Águia, começa com o capítulo “Introdução” (primeiro) e continua até a primeira metade do capítulo “Surgimento da Torre do Tesouro” (décimo-primeiro). A Cerimônia no Ar começa na segunda metade do capítulo “Surgimento da Torre do Tesouro” (décimo-primeiro) e termina com o capítulo “Transferência”(vigésimo-segundo). A assembléia final no Pico da Águia começa com o capítulo “Os Feitos Anteriores do Boddhisattva Rei dos Remédios” (vigésimo-terceiro) e continua até o capítulo “Encorajamento do Boddhisattva Mérito Universal” (vigésimo-oitavo) ou até o final do sutra.

Linhas Gerais do Sutra de Lótus

No primeiro capítulo, “Introdução”, um grande número de seres e pessoas se reúnem no Pico da Águia para ouvir a preleção do Buda. Esta reunião inclui 12.000 ouvintes, 80.000 bodhisattvas, numerosos seres humanos, entidades celestiais, Reis-Dragões, asuras e outros seres. Uma vez reunidos no Pico da Águia, o Buda Sakyamuni entra em estado de meditação, chamado samadhi. Naquele momento, a terra move-se em seis diferentes direções e vários outros fenômenos se seguem.

Então, no capítulo “Meios” (segundo), Sakyamuni desperta de seu estado de meditação ou samadhi e começa sua preleção sobre o Sutra de Lótus. Neste capítulo, Sakyamuni revela que todos os Budas aparecem neste mundo e expõem seus ensinos com uma única finalidade fundamental, ou seja, a de permitir que todos os seres vivos se tornem Budas.
Os vários sutras expostos antes do Sutra de Lótus ensinaram os três caminhos ou maneiras de se conduzir ao estado de Buda: o caminho dos ouvintes, o caminho daqueles que compreendem a causa e o caminho dos bodhisatvas. Estes três caminhos ou maneiras são conhecidos como os “três veículos.” Em relação aos dez estados de vida(4), estes três representam os três estados de vida imediatamente abaixo do estado de Buda. A doutrina dos três veículos afirma que o Buda expôs três tipos de ensinos dirigidos, respectivamente, à capacidade de cada um destes três níveis de discípulos. Assim, os três veículos consistem nos ensinos adequados às pessoas ouvintes, às pessoas que compreendem a causa e aos adequados à capacidade dos bodhisattvas.
O Sutra de Lótus, entretanto, esclarece que a doutrina dos três veículos não representa a intenção verdadeira do Buda, a qual revela o único trajeto que conduz todas as pessoas a atingirem diretamente o estado de Buda ou iluminação. Este único trajeto é chamado de um veículo, ou o Buda de um veículo, indicando o ensino capaz de “transportar” todas as pessoas diretamente ao estado de Buda. Especificamente, somente o Sutra de Lótus constitui o único veículo do Buda. O sutra esclarece que o Buda expôs os três veículos como meios expedientes ou métodos para iluminar o Buda de um único veículo. Tient'ai denominou esta maneira de ensinar como “abrindo os três veículos e revelando o veículo verdadeiro.”

Sakyamuni faz então uma série de profecias que predizem que todos aqueles presentes na cerimônia do Pico da Águia que ouviram a preleção do sutra e nele depositaram sua fé, incluindo Shariputra e seus seguidores que escutam a voz (ouvintes), certamente atingirão o estado de Buda no futuro. Sakyamuni garante também que todos aqueles que aceitam e mantém a fé no Sutra de Lótus depois da morte do Buda, alcançarão o estado de Buda. O ensino teórico do Sutra de Lótus declara, então, que os ouvintes e os que compreendem a causa (pessoas dos dois veículos) podem alcançar o estado de Buda, enquanto sutras anteriores ao Sutra de Lótus lhes negam tal possibilidade. Esta afirmação é o pilar do ensino teórico. No desenrolar dos acontecimentos, então, as dúvidas surgem: “Quem propagará o Sutra de Lótus após a morte de Sakyamuni, isto é, nos Últimos Dias da Lei?” (5). Na Cerimônia no Ar, um ritual dramático de transmissão ocorre quando o Buda Sakyamuni confia a propagação de seus ensinos após sua morte.

Primeiramente, no capítulo “Surgimento da Torre do Tesouro” (décimo-primeiro), uma torre maciçamente adornada com sete tipos de tesouros emerge das profundezas da terra, levantando-se em grandes alturas e pairando no ar. Residindo no interior desta torre imensa, está o Buda chamado Muitos Tesouros, que afirma a veracidade dos ensinos do Sutra. Em seguida, das dez direções, isto é, de todos os cantos do universo, surgem Budas e bodhisattvas, que se reúnem em torno da torre. Quando a Torre do Tesouro se abre, o Buda Sakyamuni senta-se ao lado do Buda Muitos Tesouros. Neste momento, todos os ouvintes reunidos no Pico da Águia são elevados ao ar, onde a Torre do Tesouro está suspensa. Nas alturas, Sakyamuni recomeça sua preleção a respeito de quem propagará o Sutra de Lótus na era após sua morte, ou seja, os Últimos Dias da Lei, ensinando o princípio dos seis atos difíceis e nove fáceis.
Os seis atos difíceis e nove fáceis são uma série de comparações expostas por Sakyamuni no décimo-primeiro capítulo, para mostrar o quão difícil será abraçar e propagar o Sutra na era malévola, após sua morte. Os seis atos difíceis são: (1) propagar amplamente o Lótus Sutra; (2) copiar ou fazer com que alguém o copie; (3) recitá-lo, mesmo que por um curto período de tempo; (4) ensiná-lo, mesmo que para uma única pessoa; (5) ouví-lo, aceitá-lo e indagar sobre seu significado; e (6) nele manter a fé. Os nove atos fáceis são: (1) ensinar inumeráveis sutras, além do Sutra de Lótus; (2) levantar o monte Sumeru e atirá-lo através de incontáveis terras do Buda; (3) chutar um sistema de mundos com o dedo do pé a um diferente quadrante; (4) levantar-se no pico do Ser Celestial e pregar outros sutras, além do Sutra de Lótus; (5) agarrar o céu com a própria mão e girá-lo; (6) colocar a terra em cima da unha do seu próprio dedo do pé e levantá-la aos céus de Brahma; (7) carregar grama seca nas próprias costas e atravessar os grandes fogos que ocorrem no longínquo kalpa sem ser queimado; (8) pregar os oitenta e quatro mil ensinos e permitir que os ouvintes obtenham os seis poderes transcendentais; e (9) permitir que inumeráveis pessoas atinjam o estágio de arhat e adquiram os seis poderes transcendentais.
Ao mencionar tais fatos impossíveis como “fáceis”, e designando os atos de manter e transmitir o Sutra de Lótus como “difíceis”, Sakyamuni enfatiza a dificuldade extrema de abraçar o sutra e ensiná-lo a outros, na era malévola que virá após sua morte.
Sakyamuni urge aos bodhisattvas presentes a abraçarem os seis atos difíceis e a fazerem um juramento de propagarem os ensinos do sutra após sua morte.
A parte seguinte do sutra explana a iluminação das pessoas más, baseado no exemplo de como Devadatta atingiu a iluminação, e na iluminação das mulheres, baseado no exemplo da menina-dragão que atingiu o estado de Buda. Ambas as possibilidades, negadas nos sutras anteriores ao Sutra de Lótus, são aqui expostas. Estes exemplos afirmam a capacidade de todas as pessoas de atingirem o estado de Buda e incentiva a propagação do Sutra de Lótus após a morte do Buda. Então, os bodhisattvas e os ouvintes presentes na assembléia prometem propagar o Sutra de Lótus. No capítulo “Devoção Encorajadora” (décimo-terceiro), em particular, os bodhisatvas fazem o juramento de propagar o sutra, superando a oposição dos três poderosos inimigos (6); entretanto, Sakyamuni, os impede. No capítulo “Emergindo da Terra” (décimo-quinto), ele convoca incontáveis bodhisatvas das profundezas da terra, os quais ele diz ter ensinado desde há muito tempo os quais consolidarão a tarefa de propagar o Sutra de Lótus na era após seu falecimento, ou seja, os Bodhisatvas da Terra.

O surgimento destes bodhisatvas e a afirmação do Buda, de que Sakyamuni tem sido o mestre deles por um tempo indefinido, deixa o resto da audiência perplexa. Certamente, seria totalmente impossível para Sakyamuni ter convertido e treinado tal multidão de bodhisatvas durante sua atual existência, uma vez que todos acreditavam que ele havia atingido a iluminação aos trinta anos de idade, debaixo da árvore bodhi.
No capítulo “Revelação Eterna da Vida do Buda” (décimo-sexto) do Sutra de Lótus, em resposta a uma pergunta de seus ouvintes a respeito de quando e onde o Buda havia convertido e ensinado estes incontáveis bodhisatvas, Sakyamuni esclarece a natureza verdadeira de sua existência, seu verdadeiro status como um Buda. Ele revela que ele não alcançou a iluminação pela primeira vez nesta existência, como todos haviam pensado. De fato, ele atingiu o estado de Buda no passado incalculavelmente remoto descrito como “incontáveis partículas de areia dos sistemas principais dos mundos de kalpas atrás.” Desde esse tempo, ele explica que tem vivido no mundo saha, o mundo real, repleto de sofrimentos, convertendo e ensinando os seres vivos. A duração de sua vida como um Buda foi assim extremamente longa. Ele ensina que aceitar e acreditar neste Buda, que na realidade alcançou a iluminação no mais remoto passado, é uma fonte inesgotável de benefício e virtude.
Sakyamuni introduz, então, a estória do Bodhisatva Jamais Desprezar, a quem Sakyamuni descreve como sendo ele próprio, numa existência passada. Através do exemplo da prática budista do Bodhisatva Jamais Desprezar, Sakyamuni ensina que aquele que sinceramente acredita na capacidade de todas as pessoas de se tornarem Budas, e que respeita uns aos outros, baseado nesta convicção, certamente alcançará o estado de Buda. O comportamento do Bodhisatva Jamais Desprezar é considerado um modelo para os bodhisatvas que praticam o Sutra de Lótus.
No capítulo “Os Poderes Místicos do Buda” (vigésimo-primeiro), o Buda especificamente confia aos Bodhisatvas da Terra a tarefa de propagar seus ensinos após sua morte. Então, no capítulo “Transferência” (vigésimo-segundo), ele se dirige a todos os bodhisatvas presentes na reunião e urge que estem propaguem o Sutra de Lótus, encerrando assim a Cerimônia no Ar.
Depois disso, a reunião retorna ao Pico da Águia e a segunda assembléia se inicia neste mesmo lugar. Grandes bodhisatvas, tais como Rei dos Remédios e Mérito Universal, bem como muitos deuses benevolentes juram proteger a propagação do Sutra de Lótus e seus verdadeiros praticantes, após a morte de Sakyamuni. O Buda encerra sua preleção com a seguinte mensagem: “Conseqüentemente, Mérito Universal, se você ver uma pessoa que aceite e que mantenha a fé neste sutra, você deve louvá-la e saudá-la, mesmo que à distância, mostrando-lhe o mesmo respeito que você devotaria a um Buda.” (LS, 324).

1. Sânscrito: Idioma literário da Índia Antiga.
2. As três versões chinesas existentes são: (1) o Lótus Sutra da Lei Correta, em dez volumes e vinte e sete capítulos, traduzidos por Dharmaraksha em 286; (2) o Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa, em oito volumes e em vinte e oito capítulos, traduzidos por Kumarajiva em 406; e (3) o Sutra de Lótus complemento da Lei Maravilhosa, em sete volumes e vinte e sete capítulos, traduzidos por Jnanagupta e Dharmagupta em 601.
3. kalpa – Na cosmologia da Índia antiga, um período de tempo extremamente longo. Há diferentes interpretações do período de um kalpa. Por exemplo, de acordo com o tratado “Perfeição de Sabedoria”, um kalpa é mais longo do que o tempo requerido para desgastar um bloco de rocha de 450 metros em cada lado, escovando-o com um pano uma vez a cada cem anos.
4. Dez Mundos: dez estados ou circunstâncias potenciais que uma pessoa pode manifestar ou experimentar. Do mais baixo ao mais elevado, os estados são: (1) inferno, (2) fome ou desejos, (3) animalidade, (4) ira ou Asuras, (5) tranquilidade, (6) êxtase ou alegria, (7) ouvintes ou homens de erudição erudição, (8) aqueles que despertam à causa ou homens de absorção, (9) bodhisatva, e (10) Buda. Originalmente, os dez
mundos eram vistos como lugares físicos distintos, cada um com seus próprios habitantes . Entretanto, o Sutra de Lótus ensina que cada um dos dez mundos contém todos os dez mundos como estados potenciais da vida inerentes em cada ser individualmente. A possessão mútua dos dez mundos é um princípio composto de três mil mundos num único momento da vida, que Tient'ai (538 -597) declarou em sua obra “Grande Concentração e Discernimento”.
5. Últimos Dias da Lei: Também conhecido como idade da lei decadente ou idade da lei final ou última era. O último dos três períodos, os Primeiros Dias da Lei, os Médios Dias da Lei, e os Últimos Dias da Lei depois da morte de Buda Sakyamuni, quando seus ensinos se tornariam confusos e perderiam o poder de conduzir as pessoas à iluminação. Acredita-se que os Últimos Dias da Lei durará por dez mil anos. O quinto período de quinhentos anos que segue a morte de Sakyamuni descrito no sutra da Grande Coleção, corresponde ao início dos Últimos Dias da Lei. Este sutra prediz que será uma “era de discussões e disputas” quando os monges negligenciarão os preceitos e brigarão entre si, quando as visões errôneas prevalecerão e quando os ensinos de Sakyamuni se tornarão “obscuros e se perderão”. Em contraste, o Sutra de Lótus considera os Últimos Dias da Lei como sendo uma era onde o ensino que este sutra contém será propagado. O capítulo “Rei dos Remédios” (vigésimo-terceiro) do Sutra de Lótus afirma que “no último período de quinhentos anos após a minha morte, realizem o Kosen-rufu mundial e jamais permitam que seu fluxo cesse.”
6. Três Poderosos Inimigos: Também, três tipos de inimigos. Três tipos de pessoas arrogantes que perseguem aqueles que propagam o Sutra de Lótus na era maléfica após a morte de Buda Sakyamuni. Miao-lo (711-782) os define em sua obra “Comentários sobre Palavras e Frases do Sutra de Lótus”, baseado em descrições no verso final do capítulo “Encorajando Devoção” (décimo-terceiro). Mia-lo os sumariza da seguinte maneira: (1) “A arrogância e presunção de pessoas leigas” ou pessoas leigas arrogantes, que é uma referência àqueles que são ignorantes do Budismo e falam mal dos praticantes do Sutra de Lótus, atacando-os com espadas e bastões. (2) “Arrogância e presunção dos membros do clero Budista” ou sacerdotes arrogantes. Estes sacerdotes com uma sabedoria perversa e corações aduladores e distorcidos, que apesar de terem falhado em compreender o Budismo, dizem ter alcançado a verdade budista e caluniam os praticantes do sutra. (3) “Arrogância e presunção daqueles que pretendem ser sábios” ou falsos sábios arrogantes. Esta terceira categoria é descrita como sacerdotes que fingem serem e são venerados como sábios, mas ao deparar com praticantes do Sutra de Lótus temem perder a fama e lucro e induzem as autoridades seculares a os perseguirem. Miao-lo afirma que: “Dos três, o primeiro pode ser suportado. O segundo ultrapassa o segundo e o terceiro é o mais temível de todos. Isto ocorre porque o segundo e o terceiro são mais difíceis de serem reconhecidos”. Nitiren Daishonin os chama de “três poderosos inimigos” e se identificou como um devoto, ou um verdadeiro praticante do Sutra de Lótus porque foi alvo de calúnias, ataques de espadas e bastões e enviado ao exílio duas vezes pelas autoridades tal como predito no sutra.
Em seu tratado “A Abertura dos Olhos” ele afirma: “Em tal época, se os três inimigos poderosos preditos no Lótus Sutra não aparecessem, quem acreditaria nas palavras do Buda? Se não fosse por Nitiren, quem cumpriria as profecias em relação ao devoto do Sutra de Lótus?” (WND, 243 e “Os Escritos de Nitiren Daishonin”; v.4; p. 74; 2005).

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